Bem vindo!

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A hora... tic tac tic tac

Conte até sessenta. Eu espero. Agora até sessenta mais 59 vezes. Os números tem que ter um espaço da batida do coração. Contou?

Pois é. Isso é 1 hora. Na minha hora, que é tempo para caramba, coloco coisas sobre as outras 23. Desde movimentos a sonhos. Do preto ao branco. Do sóbrio ao bêbado. De um dente a uma banguela. Você não gasta uma hora para ver aqui...

Fala "PRA" que é mais rápido e mais bonitinho e economiza tempo!

Nessa hora,

há: braços e pernas, beijos e vertigens, flores e merda!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

As outras letras mudas

Deram então a me chamar de escritor. O caso é que eu estudo para isso. Na verdade, leio muito e descubro a minha própria maneira de escrever. Enquanto aqui falo (escrevo) descubro na parede da sala de minha casa, que há um texto. Não pendurado num quadro, mas nela, na parede amarelinha. Não grifado nela também. Mas que ela é um texto que me traz à lembrança muita coisa. Então passo a me considerar um ser empírico. Capaz de refletir na realidade que observo, de maneira a retratá-la (ou tentando) através das palavras, das letras. Porque se se pensar bem, as letras pelas letras são só letras. 26 delas agora, né. Que já havia. E que se não obtidas com as idéias, são só rabiscos. Um dia fiz uma poesia, no banco do refeitório, na faculdade. estava em processo de demasiado desespero pela ausência de alguém. Descobri que o vazio também tem o seu significado, há nele textos, assim como na parede vazia. o não ter as coisas estampadas de azul royal, as vezes diz mais. Não pude continuar um relacionamento na época. Nem me lembro o por que. Mas, me renderam textos. Obrigado a você, meu objeto de amor ausente.

Ausência

“Eu sem você
Não tenho porquê...”

O desejo de amar seus olhos que são doces é imenso, mas não os posso ver, hoje. A vontade de sua mão tocar é imensa, mas dela só lembranças, hoje. O conforto do seu sussurro apenas nas lembranças que guardo, hoje. São provas que me trazem aqui, hoje, e não simplesmente você. A vida caminha a dolorosos passos sem sua presença, hoje. O céu está mais nublado, o frio mais gelado, o calor me dói a pele, hoje. A brisa não me satisfaz do mormaço que faz sem você, hoje. As músicas que me vinham a todo instante alegrar não me vêm, hoje. A sua presença me conforta, me alegra, mas não a há, hoje. O silêncio de não ouvir sua voz me ensurdece os tímpanos, hoje. Nada me move intencionalmente o corpo, além da vida, hoje. Você não é Deus, infelizmente não é onipresente. Mas dentro de mim me arde a sua lembrança, hoje e daqui pra frente. Contudo sinto você aqui, nas coisas que vejo, hoje. A sua presença é qualquer coisa muito importante, não só hoje. Hoje, em mim, você está presente, mesmo estando aí.

Se me permitem, contracelizarei um texto aqui, que também fala da ausência. o poeta aqui, no caso, é nada mais nada menos que o Vinha (Vinícius de Moraes):

"Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto. No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz. Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado. Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado. Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face. Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada. Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite. Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa. Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço. E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado. Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos. Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir. E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas. Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada."

Há: usência!

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